Revolução Francesa
Com
cerca de 24 milhões de habitantes, a França era, no final do século XVIII, o
país mais populoso da Europa e também um dos mais injustos. Na França, o clero
e a nobreza tinham enormes privilégios. O rei impunha a sua vontade, era o
representante de Deus na terra. Nessa época, a sociedade francesa estava
dividida em três Ordens ou Estados.
O
Primeiro Estado era o Clero, que representava a Igreja, com cerca
de 120 mil pessoas.
O Segundo Estado era a Nobreza,
composta pela nobreza da corte, que vivia em torno do rei, pela nobreza
provincial, que vivia nas províncias e pelas pessoas que, embora não tenham
nascido nobres, enriqueceram e compraram títulos de nobreza. À nobreza
correspondia um total aproximado de 360 mil pessoas.
O Terceiro Estado era formado pela maioria da população, entre burgueses, trabalhadores, artesãos e camponeses, além de um grande contingente de desempregados e marginalizados. Mas o grande contingente populacional era composto pelos camponeses, que correspondiam a cerca de 80% da população francesa. Muitos desses camponeses ainda estavam presos aos seus senhores feudais. Não podiam participar da política, ocupar cargos elevados na administração pública, na Igreja ou nas forças militares. Eram obrigados a pagar todos os impostos.
UMA SOCIEDADE EM
CRISE SOCIAL E ECONÔMICA
Desde meados do
século XVIII, a economia francesa apresentava sinais de crise, agravada pelas
guerras em que o país se envolveu na Europa e na América. Por exemplo, a Guerra
dos Sete Anos e a Guerra de Independência das 13 colônias inglesas, nas quais o
governo francês investiu muito dinheiro.
A economia era
basicamente agrária. Problemas climáticos, como secas e inundações, agravavam
ainda mais a situação da agricultura, desde 1784. Em consequência, o preço dos
alimentos subia, às vezes, brutalmente. Nas cidades e no campo, a maioria da
população enfrentava uma situação de fome e miséria.
Sob o TERCEIRO
ESTADO pesavam as obrigações de pagar tributos e sustentar as despesas dos
grupos privilegiados. Os membros do TERCEIRO ESTADO começaram a se revoltar
contra os privilégios do clero e da nobreza. Setores da burguesia adquiriam
cada vez mais consciência de seus interesses e percebiam que o Estado deveria
ser reestruturado. Isso significava combater o absolutismo monárquico, a
excessiva intervenção na economia, a intolerância filosófica e religiosa e os
privilégios hereditários da nobreza e do clero, entre outras coisas.
Muitos fundamentos
filosóficos dessas ideias vieram do Iluminismo. Os ideais iluministas eram
discutidos pelos setores da sociedade que desejavam mudanças. Além disso,
várias associações foram formadas para divulgar os textos iluministas. Essas
ideias também chegavam às camadas mais pobres da população por meio de pequenas
publicações, panfletos e jornais.
A Reunião dos
Estados Gerais – maio/1789
Com o objetivo de
encontrar uma solução para a crise econômica e financeira da França, o rei Luís
XVI convocou a reunião dos Estados Gerais, nome dado à reunião dos
representantes dos três Estados que votavam em torno de uma determinada
questão. Logo de início surgiu um impasse quanto à forma de votação, pois o
TERCEIRO ESTADO queria que o voto fosse individual (o que lhes daria vantagem,
uma vez que era numericamente maior que a NOBREZA e o CLERO).
No entanto, a
nobreza e o clero insistiram na votação por Estado, ou seja, um voto para
NOBREZA, um voto para o CLERO, e um para o TERCEIRO ESTADO. Como a Nobreza e o
Clero votavam sempre juntos, conseguiram aprovar a votação por Estado. Diante
disso, o TERCEIRO ESTADO resolveu se retirar da reunião dos Estados Gerais, se
autoproclamando Assembleia Nacional, isto é, uma assembleia que podia decidir
os rumos da política francesa em nome da maioria da população.
PARTE II
A Assembleia
Nacional Constituinte
Em julho de 1789,
a Assembleia Nacional transformou-se em Assembleia Nacional Constituinte,
ou seja, uma reunião em que os representantes do Terceiro Estado deveriam
preparar uma Constituição para todos os franceses.
Não conseguindo
dissolver a Assembleia Nacional, e temendo que, com o apoio popular, fossem
tomadas decisões indesejáveis e incontroláveis, o rei mandou as tropas cercarem
o local da assembleia. A ameaça de golpe na Assembleia Nacional pela
aristocracia, os boatos da iminente invasão de Paris por tropas militares e a
demissão do ministro Necker, que era a favor de reformas econômicas,
mobilizaram a população, dando início a uma série de manifestações chamadas jornadas
populares nos dias 13 e 14 de julho, que culminaram com a tomada
da Bastilha, prisão símbolo do absolutismo, em 14 de julho de 1789.
Em 14 de julho de
1789, o povo tomou a fortaleza da Bastilha em busca de armas. A tomada da
Bastilha tornou-se um símbolo da queda do poder absolutista francês e um marco
para o movimento revolucionário, pois forçou o monarca a reconhecer o poder dos
deputados constituintes.
O medo e a revolta
da população de Paris espalharam-se pela França, com o campesinato saqueando
depósitos, armazéns, mosteiros e os castelos de nobres. O Grande Medo sacudiu
o país de 20 de julho a 6 de agosto de 1789 e o feudalismo foi definitivamente
abalado.
Para impor a ordem
e conter as massas camponesas e urbanas que ameaçavam as propriedades
particulares, a burguesia organizou, em Paris, e em cada cidade, uma guarda
nacional. Sob pressão popular a Assembleia Nacional sancionou, nos dias 4 e 5
de agosto de 1789, os decretos que declaravam extintos o Antigo Regime e os
direitos senhoriais no campo.
MONARQUIA
CONSTITUCIONAL
è
Em
1791 a França tornava-se uma monarquia constitucional.
è
Organização
social: igualdade jurídica entre todos os indivíduos, extinguindo-se os
privilégios do clero e da nobreza.
è
A
escravidão foi mantida nas colônias.
è
Na
economia, a Constituição instaurou a liberdade de produção e do comércio,
afastando a interferência do Estado e proibindo as greves dos trabalhadores.
è
Foram
criados três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
è
O
voto era censitário
O rei Luís XVI não
aceitou a perda de poder e passou a conspirar contra a Revolução, fazendo
contatos com nobres que haviam fugido da França e com os monarcas da Áustria e
da Prússia, que também se sentiam ameaçados com os rumos da Revolução Francesa.
PROCLAMAÇÃO
DA REPÚBLICA FRANCESA
è
Em
meados de1791, Luís XVI tentou fugir do país para se unir às forças contrarrevolucionárias
mas acabou sendo preso.
è
Com
a prisão do rei formou-se um novo governo que anunciou novas eleições para uma Convenção
Nacional.
è
A
primeira medida da Convenção eleita foi decretar o fim da monarquia na França e
a proclamação da República, em 22 de setembro de 1792. O rei foi mantido preso,
acusado de traição à pátria.
Nesse período, os grupos políticos
mais importantes da Convenção eram os seguintes:
• Girondinos – representavam
a alta burguesia. Defendiam posições moderadas
• Jacobinos – representavam
a pequena e a média burguesia e o proletariado de Paris. Defendiam posições
mais radicais, de interesse popular, e, por isso, eram apoiados pela população
mais pobre.
• Planície – representava a
burguesia financeira.
Luís XVI foi levado a julgamento na Convenção. Os girondinos procuraram defender o rei, mas os jacobinos, liderados por Robespierre e Saint-Just, pregaram sua condenação à morte. O rei foi guilhotinado em 21 de janeiro de 1793.
O FIM DA CONVENÇÃO
A execução do rei
provocou revoltas internas dos girondinos e uma reorganização das
forças absolutistas estrangeiras.
Para enfrentar a
reação, os jacobinos criaram uma série de órgãos encarregados da defesa da
Revolução, entre eles o Comitê de Salvação Pública (julho de 1793),
responsável pelo controle do exército e pela administração do país, e o Tribunal
Revolucionário, encarregado de vigiar, prender e punir os traidores da
causa revolucionária. Esse tribunal foi responsável pela morte de milhares de
pessoas, consideradas inimigas da Revolução ou suspeitas de conspirar contra a
República. Essa fase ficou conhecida como
Período do Terror.
Após conseguirem
derrotar as tropas estrangeiras, os girondinos e o grupo da planície
uniram-se contra o governo de Robespierre. Sem o apoio dos jacobinos que
também não estavam satisfeitos, Robespierre foi preso em 27 de julho de 1794, sendo
logo depois guilhotinado.
O DIRETÓRIO
Após a morte de
Robespierre, a Convenção Nacional passou a ser controlada pelos GIRONDINOS. Com
nova orientação política, a Convenção decidiu elaborar nova Constituição para a
França.
Concluída em 1795,
a Constituição estabeleceu a continuação do regime republicano e que o governo
seria exercido por um grupo formado por cinco membros (diretores), chamado Diretório.
O
Diretório governou de 1795 a 1799, sem conseguir resolver os graves
problemas econômicos e sociais do país, gerando grande descontentamento e
agitações populares. As nações absolutistas, vizinhas da França, ameaçavam
novos ataques ao país. A situação parecia incontrolável. Nesse período, um
jovem militar, Napoleão Bonaparte, adquiriu prestígio e destaque por seu
desempenho nos combates contra os países inimigos. Napoleão, com o apoio da
burguesia e do exército, deu um golpe de estado, acabando com o Diretório
1- Responda:
a) Que problemas enfrentava a economia francesa em meados do século XVIII? (4 LINHAS)
b) A participação da França na Guerra dos Sete Anos e na Guerra de Independência dos EUA trouxe vantagens ou desvantagens para a França? Por quê?
c) Apresente os motivos da insatisfação do TERCEIRO ESTADO e da burguesia para com o governo francês.
d) Por que o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais? (3 LINHAS)
e) Por que os representantes do TERCEIRO ESTADO retiraram-se dos Estados Gerais? ( 3 LINHAS)
f) Cite duas mudanças ocorridas na França com a implementação da Monarquia Constitucional. (4 LINHAS)
g) Quais eram os principais grupos no poder durante o período da Convenção e quem representavam? (5 LINHAS)
h) Que papel teve Napoleão Bonaparte em relação ao fim do Diretório? (4 LINHAS)
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