segunda-feira, 15 de março de 2021

HISTÓRIA - 9º ANO - REVISÃO DO 8º ANO - REVOLUÇÃO FRANCESA


 

Revolução Francesa



       Com cerca de 24 milhões de habitantes, a França era, no final do século XVIII, o país mais populoso da Europa e também um dos mais injustos. Na França, o clero e a nobreza tinham enormes privilégios. O rei impunha a sua vontade, era o representante de Deus na terra. Nessa época, a sociedade francesa estava dividida em três Ordens ou Estados.

       O Primeiro Estado era o Clero, que representava a Igreja, com cerca de 120 mil pessoas.

O Segundo Estado era a Nobreza, composta pela nobreza da corte, que vivia em torno do rei, pela nobreza provincial, que vivia nas províncias e pelas pessoas que, embora não tenham nascido nobres, enriqueceram e compraram títulos de nobreza. À nobreza correspondia um total aproximado de 360 mil pessoas.

O Terceiro Estado era formado pela maioria da população, entre burgueses, trabalhadores, artesãos e camponeses, além de um grande contingente de desempregados e marginalizados. Mas o grande contingente populacional era composto pelos camponeses, que correspondiam a cerca de 80% da população francesa. Muitos desses camponeses ainda estavam presos aos seus senhores feudais. Não podiam participar da política, ocupar cargos elevados na administração pública, na Igreja ou nas forças militares. Eram obrigados a pagar todos os impostos.

UMA SOCIEDADE EM CRISE SOCIAL E ECONÔMICA

Desde meados do século XVIII, a economia francesa apresentava sinais de crise, agravada pelas guerras em que o país se envolveu na Europa e na América. Por exemplo, a Guerra dos Sete Anos e a Guerra de Independência das 13 colônias inglesas, nas quais o governo francês investiu muito dinheiro.

A economia era basicamente agrária. Problemas climáticos, como secas e inundações, agravavam ainda mais a situação da agricultura, desde 1784. Em consequência, o preço dos alimentos subia, às vezes, brutalmente. Nas cidades e no campo, a maioria da população enfrentava uma situação de fome e miséria.

Sob o TERCEIRO ESTADO pesavam as obrigações de pagar tributos e sustentar as despesas dos grupos privilegiados. Os membros do TERCEIRO ESTADO começaram a se revoltar contra os privilégios do clero e da nobreza. Setores da burguesia adquiriam cada vez mais consciência de seus interesses e percebiam que o Estado deveria ser reestruturado. Isso significava combater o absolutismo monárquico, a excessiva intervenção na economia, a intolerância filosófica e religiosa e os privilégios hereditários da nobreza e do clero, entre outras coisas.

Muitos fundamentos filosóficos dessas ideias vieram do Iluminismo. Os ideais iluministas eram discutidos pelos setores da sociedade que desejavam mudanças. Além disso, várias associações foram formadas para divulgar os textos iluministas. Essas ideias também chegavam às camadas mais pobres da população por meio de pequenas publicações, panfletos e jornais.

A Reunião dos Estados Gerais – maio/1789

Com o objetivo de encontrar uma solução para a crise econômica e financeira da França, o rei Luís XVI convocou a reunião dos Estados Gerais, nome dado à reunião dos representantes dos três Estados que votavam em torno de uma determinada questão. Logo de início surgiu um impasse quanto à forma de votação, pois o TERCEIRO ESTADO queria que o voto fosse individual (o que lhes daria vantagem, uma vez que era numericamente maior que a NOBREZA e o CLERO).

No entanto, a nobreza e o clero insistiram na votação por Estado, ou seja, um voto para NOBREZA, um voto para o CLERO, e um para o TERCEIRO ESTADO. Como a Nobreza e o Clero votavam sempre juntos, conseguiram aprovar a votação por Estado. Diante disso, o TERCEIRO ESTADO resolveu se retirar da reunião dos Estados Gerais, se autoproclamando Assembleia Nacional, isto é, uma assembleia que podia decidir os rumos da política francesa em nome da maioria da população.


PARTE II

A Assembleia Nacional Constituinte

Em julho de 1789, a Assembleia Nacional transformou-se em Assembleia Nacional Constituinte, ou seja, uma reunião em que os representantes do Terceiro Estado deveriam preparar uma Constituição para todos os franceses.

Não conseguindo dissolver a Assembleia Nacional, e temendo que, com o apoio popular, fossem tomadas decisões indesejáveis e incontroláveis, o rei mandou as tropas cercarem o local da assembleia. A ameaça de golpe na Assembleia Nacional pela aristocracia, os boatos da iminente invasão de Paris por tropas militares e a demissão do ministro Necker, que era a favor de reformas econômicas, mobilizaram a população, dando início a uma série de manifestações chamadas jornadas populares nos dias 13 e 14 de julho, que culminaram com a tomada da Bastilha, prisão símbolo do absolutismo, em 14 de julho de 1789.

Em 14 de julho de 1789, o povo tomou a fortaleza da Bastilha em busca de armas. A tomada da Bastilha tornou-se um símbolo da queda do poder absolutista francês e um marco para o movimento revolucionário, pois forçou o monarca a reconhecer o poder dos deputados constituintes.

O medo e a revolta da população de Paris espalharam-se pela França, com o campesinato saqueando depósitos, armazéns, mosteiros e os castelos de nobres. O Grande Medo sacudiu o país de 20 de julho a 6 de agosto de 1789 e o feudalismo foi definitivamente abalado.

Para impor a ordem e conter as massas camponesas e urbanas que ameaçavam as propriedades particulares, a burguesia organizou, em Paris, e em cada cidade, uma guarda nacional. Sob pressão popular a Assembleia Nacional sancionou, nos dias 4 e 5 de agosto de 1789, os decretos que declaravam extintos o Antigo Regime e os direitos senhoriais no campo. 

MONARQUIA CONSTITUCIONAL

è  Em 1791 a França tornava-se uma monarquia constitucional.

è  Organização social: igualdade jurídica entre todos os indivíduos, extinguindo-se os privilégios do clero e da nobreza.

è  A escravidão foi mantida nas colônias.

è  Na economia, a Constituição instaurou a liberdade de produção e do comércio, afastando a interferência do Estado e proibindo as greves dos trabalhadores.

è     Foram criados três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.

è     O voto era censitário

O rei Luís XVI não aceitou a perda de poder e passou a conspirar contra a Revolução, fazendo contatos com nobres que haviam fugido da França e com os monarcas da Áustria e da Prússia, que também se sentiam ameaçados com os rumos da Revolução Francesa.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA FRANCESA

è  Em meados de1791, Luís XVI tentou fugir do país para se unir às forças contrarrevolucionárias mas acabou sendo preso.

è  Com a prisão do rei formou-se um novo governo que anunciou novas eleições para uma Convenção Nacional.

è  A primeira medida da Convenção eleita foi decretar o fim da monarquia na França e a proclamação da República, em 22 de setembro de 1792. O rei foi mantido preso, acusado de traição à pátria.

Nesse período, os grupos políticos mais importantes da Convenção eram os seguintes:

Girondinos – representavam a alta burguesia. Defendiam posições moderadas

Jacobinos – representavam a pequena e a média burguesia e o proletariado de Paris. Defendiam posições mais radicais, de interesse popular, e, por isso, eram apoiados pela população mais pobre.

Planície – representava a burguesia financeira.

Luís XVI foi levado a julgamento na Convenção. Os girondinos procuraram defender o rei, mas os jacobinos, liderados por Robespierre e Saint-Just, pregaram sua condenação à morte. O rei foi guilhotinado em 21 de janeiro de 1793.

O FIM DA CONVENÇÃO

A execução do rei provocou revoltas internas dos girondinos e uma reorganização das forças absolutistas estrangeiras.

Para enfrentar a reação, os jacobinos criaram uma série de órgãos encarregados da defesa da Revolução, entre eles o Comitê de Salvação Pública (julho de 1793), responsável pelo controle do exército e pela administração do país, e o Tribunal Revolucionário, encarregado de vigiar, prender e punir os traidores da causa revolucionária. Esse tribunal foi responsável pela morte de milhares de pessoas, consideradas inimigas da Revolução ou suspeitas de conspirar contra a República. Essa fase ficou conhecida como

Período do Terror.

Após conseguirem derrotar as tropas estrangeiras, os girondinos e o grupo da planície uniram-se contra o governo de Robespierre. Sem o apoio dos jacobinos que também não estavam satisfeitos, Robespierre foi preso em 27 de julho de 1794, sendo logo depois guilhotinado.

O DIRETÓRIO

Após a morte de Robespierre, a Convenção Nacional passou a ser controlada pelos GIRONDINOS. Com nova orientação política, a Convenção decidiu elaborar nova Constituição para a França.

Concluída em 1795, a Constituição estabeleceu a continuação do regime republicano e que o governo seria exercido por um grupo formado por cinco membros (diretores), chamado Diretório.

       O Diretório governou de 1795 a 1799, sem conseguir resolver os graves problemas econômicos e sociais do país, gerando grande descontentamento e agitações populares. As nações absolutistas, vizinhas da França, ameaçavam novos ataques ao país. A situação parecia incontrolável. Nesse período, um jovem militar, Napoleão Bonaparte, adquiriu prestígio e destaque por seu desempenho nos combates contra os países inimigos. Napoleão, com o apoio da burguesia e do exército, deu um golpe de estado, acabando com o Diretório

 

1- Responda:

a) Que problemas enfrentava a economia francesa em meados do século XVIII? (4 LINHAS)

b) A participação da França na Guerra dos Sete Anos e na Guerra de Independência dos EUA trouxe vantagens ou desvantagens para a França? Por quê? (4 LINHAS)

c) Apresente os motivos da insatisfação do TERCEIRO ESTADO e da burguesia para com o governo francês. (4 LINHAS)

d) Por que o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais? (3 LINHAS) 

e) Por que os representantes do TERCEIRO ESTADO retiraram-se dos Estados Gerais? ( 3 LINHAS)

 f) Cite duas mudanças ocorridas na França com a implementação da Monarquia Constitucional. (4 LINHAS)

g) Quais eram os principais grupos no poder durante o período da Convenção e quem representavam? (5 LINHAS) 

h) Que papel teve Napoleão Bonaparte em relação ao fim do Diretório? (4 LINHAS) 


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